Tenho escrito pouco porque as palavras não cabem nestas páginas em branco.
Pensamentos que vêm e vão e se perdem.
Dias e dias a contemplar o nada. Esperando por acontecimentos e aproximações.
Lembranças que não se calam em meu peito amargurado. Nuvens carregadas vindo do oceano, trazendo chuva e frio e dor nas juntas.
Uma mulher revoltada querendo tudo ou nada. Pássaros em revoada, batendo as asas para longe. Metáforas que querem ser caladas. Silêncios imperdoáveis...
Um navio partindo agora lá no porto. Um homem se despedindo. Um amor e um (a)mar morto.
Mais um pouco de álcool para aquietar a alma. Um corpo que dança ao redor da fogueira. Para espantar os espíritos que aqui habitam. Para aquietar as palavras e as trovoadas.
Dança... dança... dança e deixa os olhos fechados. Aceita que o tempo leva o que não pode trazer e deixa que o som da música encubra teus gritos.
Fantasias mortas e sonhos desfeitos. Filhos mortos... amores mortos! É preciso deixar o luto passar. Deixe que ele passe. Dance. Corra pelas ruas. Não chore porque tuas lágrimas poderiam alagar a rua. Faltariam pontes nessa ilha.
Ah ilha deserta e incerta. Cala tua boca minha amada ilha, porque tuas vozes me causam arrepios. Deixe-me quieta por alguns dias, até que tudo volte ao normal e eu possa de novo respirar aliviada. Deixe que o passado vá e leve com ele minha ira. Aquilo que me atrasa e me sufoca. Deixe que ele vá, enfim.