domingo, 4 de julho de 2010

Que parta

Tenho escrito pouco porque as palavras não cabem nestas páginas em branco.

Pensamentos que vêm e vão e se perdem.

Dias e dias a contemplar o nada. Esperando por acontecimentos e aproximações.

Lembranças que não se calam em meu peito amargurado. Nuvens carregadas vindo do oceano, trazendo chuva e frio e dor nas juntas.

Uma mulher revoltada querendo tudo ou nada. Pássaros em revoada, batendo as asas para longe. Metáforas que querem ser caladas. Silêncios imperdoáveis...

Um navio partindo agora lá no porto. Um homem se despedindo. Um amor e um (a)mar morto.

Mais um pouco de álcool para aquietar a alma. Um corpo que dança ao redor da fogueira. Para espantar os espíritos que aqui habitam. Para aquietar as palavras e as trovoadas.

Dança... dança... dança e deixa os olhos fechados. Aceita que o tempo leva o que não pode trazer e deixa que o som da música encubra teus gritos.

Fantasias mortas e sonhos desfeitos. Filhos mortos... amores mortos! É preciso deixar o luto passar. Deixe que ele passe. Dance. Corra pelas ruas. Não chore porque tuas lágrimas poderiam alagar a rua. Faltariam pontes nessa ilha.

Ah ilha deserta e incerta. Cala tua boca minha amada ilha, porque tuas vozes me causam arrepios. Deixe-me quieta por alguns dias, até que tudo volte ao normal e eu possa de novo respirar aliviada. Deixe que o passado vá e leve com ele minha ira. Aquilo que me atrasa e me sufoca. Deixe que ele vá, enfim.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O que é

É a cerveja... é o bêbado... é o bar.

É a cadeira... o garçom... o jantar.

É a piada... a gelada... e o luar.

É o samba... é a dança... é o cantar.

É a música... o calor... é o suar.

É você... é o amor... é o sonhar.

É a euforia... a alegria ... é o vibrar.

É a palavra... a poesia... é o criar.

É a saudade... a vontade... é o desejar.

É o pão... é o prato... é o manjar.

É o céu... é o azul... é o mar.

É a vida... é a morte... é o transformar.

É o que é... o que foi... é o que será.

Pirilimpitacos


Pirilimpitacos... querem dizer o quê?
Palavra que inventei para dizer o não dizer.
Saltitam dentro de mim todos os pirilimpitacos.
Pulguinhas de pensamento
que correm para lá e para cá.
Começam nas pontas dos pés e se movem até a cabeça.
São pirilimpitacos bêbados...
Luminosos, escandalosos e travessos.
São doidinhas essas coisinhas...
que ninguém sabe o que é.
São coisinhas de enlouquecer
e por isso têm nome esquisito.
Melhor ficarem como estão
Por isso...deixe os pirilimpitacos em paz.
O que te fere? A lança? A chama?
O que te ameça? O que te desgraça?
A pele nua é crua e sente dor.
O coração que morre a cada dia... de amor e de velhice.
O tempo que não volta e aquele que se anuncia.
O calor que não queima mas deixa bolhas.
Que não secam... jamais.
O que te dói tão lá no fundo?
Quem roubou teu mundo?
O choro que se mantém seco no canto dos olhos.
Uma pedra que não saiu do seu sapato.
Um suor gelado ... um beijo salgado.
O que te rouba o espírito?
Te acorda de madrugada?
A mão gelada, os pés frios e duros.
Uma voz que te chama.
Um ouvido que se fecha.
Um espaço na cama.
Toda a tristeza de quem ama (e não ama).

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

As pessoas deveriam simplesmente ir, mas insistem em dizer adeus.
Para que tantas festas de despedida. Notícias, e-mails, mensagens.
É tão fácil, pegue o avião, não olhe para trás. Leve... leve tudo o que quiser na sua bagagem.
Não deixe rastros porque eles ferem.
Há sete anos digo adeus e ele nunca parte. Quando parte faz questão de lembrar.
Vai dar um tempo talvez. Quando completar o ciclo de sete anos, será que ele vai de vez?
Uma sombra, é assim que o sinto.
Não temos mais nada. Nada mesmo, mas ele continua se despedindo.
Não diretamente, ele anuncia aos quatro ventos.
Ontem um e-mail, hoje uma notícia no jornal. Virou celebridade agora?
Inferno astral é isso?
O silêncio vai habitar minha ilha na próxima semana. Sem mais notícias de partida. Enfim! Ou ainda terei que conviver com as nouvelles que virão do além mar?
Vá... vá... vá de uma vez porque eu não quero mais ter que fingir que não me importo.
Vá e de preferência fique, porque não sei o que mais dói, se é uma despedida brusca e dolorida, ou esta assim a conta gotas.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O texto abaixo foi uma coincidência! Por isso estou postando. Acho que expressa o momento que estou vivendo ou querendo viver. Que Aurora me proteja então e à todas as mulheres que querem dizer um basta, nem que seja às memórias. Nem que tenham que atravessar o Oceano.
Aurora – Deusa dos Sonhos e da Alvorada. Protetora dos Espíritos, das Mulheres e das Crianças.
Símbolo: Sol
Arma: Lança ou Arco
Aurora pôde assistir a criação do Primórdio ao lado de Mercius e foi capaz de dar o seu toque especial: Ela o ajudou a criar o sol, que iluminou, aqueceu e deu condições de vida a todas as criaturas que habitam este mundo.Foi aurora quem propiciou as nuvens, capazes de trazer água às plantas e outros seres vivos que dela necessitam. Por causa disso, ela é uma deusa muito querida por aqueles que amam a natureza. Mas não é somente por isso que ela é bem vista: Ela é a deusa dos sonhos, e dos pesadelos também. Dizem que quando uma pessoa tem algum tipo de pesadelo, significa que fez algo que não agradou Aurora. Isto pode ser visto como um sinal de que esta pessoa precisa mudar. De maneira inversa, as pessoas têm mais um motivo para se alegrar ao despertar de um bom sonho: Para elas, isto quer dizer que estão agradando a deusa.Por mais estranho que possa parecer, Aurora é uma deusa guerreira. O nascer e pôr do Sol, assim como os eclipses são vistos como um sinal da eterna batalha da deusa Aurora contra as forças das trevas. Não pensem que ela é contra a morte, ela acredita que tudo tem seu devido tempo, assim como o tempo de nascer e também o tempo de morrer. Como Mandhros, ela também é veementemente contra a existência de mortos-vivos, contra a ressuscitação e até mesmo contra curar doenças de causas naturais. Por causa disso, ela é vista por alguns como impiedosa, mesmo entre aqueles que a veneram. Outros preferem considerá-la apenas indiferente a estes pedidos, e compreendem que ela não pode ir contra a teia primordial somente para atender a um ou outro mero capricho de um de seus servos. Ela também é considerada a protetora das mulheres e das crianças (algumas pessoas generalizam, dizendo que ela é a protetora de todos os desamparados). À Aurora também é indicado o título de protetora dos espíritos. Dizem que ela é responsável por guiar os espíritos ao plano dos mortos. Seus clérigos podem não ressuscitar, mas eles morrem em paz, pois sabem que suas almas estarão protegidas pela sua amada deusa. Eles costumam chamá-la de "Portadora da Alvorada".Quando Aurora decide visitar o Primórdio, assume a forma de uma ave branca (como uma garça) ou assume a forma de uma mulher.